Generation Waking Up: Igniting a Movement

terça-feira, 4 de setembro de 2007

NO FUNDO DO MAR





Já se tinham acostumado a passar por Melides para enterrar os pés na areia, sentir a brisa do mar, dar um mergulho, comer qualquer coisa na Fatinha, dizer olá ao pessoal e seguir viagem.

Escolhiam sempre o trajecto de Tróia, no barco mantinham a esperança de ver os golfinhos, nesse dia contaram mais de 150 alforrecas. O sol estava escondido no céu denso de nuvens, soprava uma brisa agradável.

Mal chegaram respiraram bem fundo, para sentir o cheiro a mar. Acenaram de longe para a esplanada e seguiram directamente para a praia, seguidas pelas gaivotas que por ali adivinhavam o vendaval.

De longe, das janelas da esplanada, viram primeiro a filha a mergulhar e de seguida a mãe, ao fim de alguns mergulhos não regressaram mais ao de cima.

Houve quem afirmasse que mergulharam de mãos dadas, outros confirmavam que as ouviram rir à gargalhada antes de desaparecerem entre as ondas. O Necas, mergulhador experiente a observar carapaus e outros peixes, jogou-se ao mar e procurou-as por todos os recantos do fundo do mar, que conhecia como a palma da sua mão.

Perceberam mais tarde que as duas tinham encontrado aquele momento que todos procuram em Melides e nunca mais quiseram voltar. Eram felizes, porque todos os dias ao fim da tarde, quando o sol se põe e o mar abranda ao bater na areia, ouve-se lá ao longe, no enrolar das ondas, as gargalhadas.






Umbelina

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